sábado, 24 de outubro de 2009

Growing Pains ( Not Holden Cauldield's) II

Para o deleite dos fãs em todo mundo, os Strokes estão trabalhando num novo álbum.

Para o desalento dos fãs ao redor do mundo, não há consenso entre os membros da banda se o álbum está pronto ou não. hum.

Numa entrevista a um tablóide inglês (via NME), Julian Casablancas revelou que a discussão interna em relação ao amadurecimento das faixas está atrasando progresso do novo álbum.

"Não há consenso sobre as faixas estarem prontas. Alguns na banda acham que sim, outros acham que não. Eu estou mais ou menos no meio."

É natural e faz parte do processo criativo. Mas é complicado chegar a um consenso quando os membros da banda estão tão distantes. Ele então encerra com a sinistra observação:

“Uma banda é uma excelente maneira de se arruinar uma amizade”

Ah os dias em que se podia freqüentar os lugares legais no East Village e com freqüência ver os Strokes curtindo juntos.

Nota para os jovens: O álbum solo do Julian Casablancas sai em dez dias.

Fonte: Fuel Blog

Tradução: Drigo

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Bomba Anarquista ou Instrumento de Controle?

Somos ferramentas de nossas ferramentas, postula Neil Postman em Technopoly (wikipedia). Segundo ele, novas ferramentas alteram nossa maneira de pensar de forma a conferir a uma cultura sua noção sobre o que é razoável, o que é necessário e o que é real.

Se tomarmos as teorias de Postman por verdade, nada as ilustraria melhor do que o Ipod, que deste ponto de vista vem escravizando milhões, criando uma necessidade crescente por mais memória, mais usos, mais tamanhos, mais cores e mais tempo dedicado a seu uso.

Fica, contudo, difícil argumentar, quando estamos presos no trânsito, no ônibus, num avião ou caminhando pela cidade, que o Ipod altera nossa realidade para melhor.

Há oito anos viemos nos familiarizando com a imagem de indivíduos conectados aos seus fones de ouvido para onde convergem veias conduzindo impulso eletrônico, encapsulando a consciência individual em sua própria paisagem. Para alguns essa visão é um desconfortante sinal de que o mundo está se tornando cada vez mais despersonalizado e desumano. Outros pensam que a privacidade de nossas consciências é agora um privilégio que beira a necessidade.

Não há como negar que desde sua inserção no começo deste século, e sua quase universal adoção pelos amantes da música, o objeto de arte em forma de tocador de mp3 fez mais do que alegrar nossas horas solitárias em aviões, trens e automóveis. Ele remodelou nossa relação com o tempo e o espaço. A razão é um fenômeno filósofos vem chamando de Podcrastinação – a suspensão voluntária de nosso engajamento com a realidade, numa versão mais sofisticada daquilo que dizem que o capitalismo nos é capaz de induzir, um estado dequase delírio

É confortante imaginar que o Ipod e a podcratinação são capazes de modificar tanto nossa noção de espaço interno quanto do mundo material que nos rodeia. Contudo temos que ao menos considerar o fato que, no caso do Ipod, a consciência, embora individual e privada, vem sendo adquirida através da indústria da consciência, ou seja, a noção de que a mídia corporativa vem sendo administrada agora de forma muito mais sofisticada e sutil, e, portanto, mais eficientemente controladora.

Talvez o Ipod nos permita não viver fora do capitalismo, mas dentro dele

Como diz Gina Arnolds, em "Podcrastination" ( Ipod and Philosophy ):

" Eu arriscaria dizer que não é o aparelho em si que vem servindo o propósito capitalista, mas sim sua capacidade de nos disponibilizar mídia corporativa gravada onde e quando a desejarmos."

Contudo um podcast não é meramente mais um meio de entrega de conteúdo corporativo.

O podcast é na verdade o aspecto do tocador de mp3 que o separa do walkman ou do rádio portátil que os antecederam. Aqueles aparelhos também nos permitiam abstração do barulho infernal do cotidiano, mas apenas o podcast é capaz de nos livrar da teia do continuum de tempo e espaço.

Um podcast é algo, em áudio ou vídeo, que aparece automaticamente no seu disco rígido, tanto quanto o rádio e a televisão apareciam automaticamente em seus respectivos aparelhos condutores. Mas diferente destas mídias, que distribuem somente conteúdo corporativo, os podcasts podem ser gravações feitas individualmente, uma espécie de equivalente às fitas cassete que gravávamos para dar de presente, só que muito mais facilmente distribuídas. O podcast nos permite transmitir conteúdo que nós mesmos criamos através da internet. Tudo o que precisamos fazer para acessá-lo é pesquisar e fazer o download de acordo com nossos interesses particulares.

Além disso, é algo que constantemente se renova, sendo atualizado cada vez que plugamos o nosso aparelho de mp3 em nosso PC. Umpodcast pode ser uma gravação feita por um amigo no exterior, um set de músicas para ser compartilhado, um especial de uma estação de rádio, um jornal anarquista ou a versão pocket do seu telejornal ou programa de TV preferido. Pode ser enviado diretamente a um indivíduo ou por meio de um servidor para o oceano de olhos e ouvidos que se conectam ao mundo virtual.

Colocando de uma forma simples, podcast é o oposto de broadcast.

Para alguns isto representa uma tecnologia sem precedentes, que garante ao indivíduo mais poder e emancipação. Para estes o Ipod é quase uma bomba anarquista. Para outros, se trata de uma forma mais sutil do propósito capitalista em controlar nossos desejos e criar necessidades artificiais.

Embora o Ipod não tenha se popularizado e conseqüentemente impactado o Brasil da mesma forma que o fez na América do Norte, Europa e Ásia, ele é o aparelho de uma geração. Enquanto o celular se impôs como um meio essencial de comunicação nos anos 90, o Ipod se impôs como um meio essencial de transmissão e entrega de conteúdo nos últimos anos.

O Iphone e outros smartphones agora unem as duas tecnologias, proporcionando um grau de interatividade jamais concebido, e com implicações em nossa percepção e interação com a realidade que só o tempo nos permitirá avaliar com profundidade.

Fontes:

Pop Philosophy Podcast

Wikipedia

Prodcastination – Ipod and Philosophy - Gina Arnolds

Tradução, Compilação e Contribuição – Drigo

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Planto illa lacuna mei

(...) Vi todas as coisas, e maravilhei-me de tudo,
Mas tudo ou sobrou ou foi pouco - não sei qual - e eu sofri.
vivi todas as emoções, todos os pensamentos, todos os gestos,
E fiquei tão triste como se tivesse querido vivê-los e não conse-
guisse,
Amei e odiei como toda a gente,
Mas para toda a gente isso foi normal e institivo,
E para mim foi sempre a exceção, o choque, a válvula, o espasmo.
(...)
Álvaro de Campos
em Passagem das Horas

Opiário




A paradox
By astrological mistake
I stumble through the room
And by mechanical disaster
I fall
Into a garden where stemless flowers float

And at the numb touch of morfine
I lose myself in throbbing transparency
On a night filled with diamonds
I see the full moon rise just like my fate
-I have my nerves in the gallows-

And what I have is nothing but fever
It is simple fact
I am sick

So I take lots with alchool
And I am drunk before wine
And my soul was ill before this line

It is hard to believe
That I have skills for I can't feel it
And all in this world
Has always bothered me

So I fall hard into this opium ditch
Where I can't be asked by honest souls
To have hours to sleep and eat

If they only knew that these nerves are my death!

And since no vessel will take me aboard
I let myself sink into nothingness

I would be tired anyway
And I wish I had more opium to go from there to here
So my dreams,
My only friends
Would make me disappear


Adaptação livre de Pessoa por
Drigo Feb 2005

O Capitalismo e a loucura das multidões

O termo mania das tulipas ou tulipamania é aplicado metaforicamente a qualquer bolha especulativa de grande escala, que passa da euforia ao pânico, até culminar em uma crise econômica.

A expressão está ligada a um episódio da História dos Países Baixos: a crise das tulipas, gerada na República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, durante o século XVII, quando um bulbo de tulipa passou a ser vendido pelo preço equivalente a 24 toneladas de trigo. O ápice dessa crise ocorreu entre 1636 e 1637.

A tulipa foi introduzida na Europa durante a metade do século XVI à época do Império Otomano. Imagina-se que seu cultivo nas Sete Províncias tenha começado em 1593, quando Charles de l'Écluse criou mudas de tulipa capazes de tolerar as ásperas condições climáticas nos Países Baixos , a partir de bulbos que lhe haviam sido enviados da Turquia por Ogier de Busbecq. No começo do século XVII, a flor já era muito usada na decoração de jardins e também na medicina.

Apesar de não terem perfume e florecerem apenas por uma ou duas semanas ao ano, os jardineiros holandeses apreciavam as tulipas por sua beleza. Muitos mercadores, artesãos e colecionadores preferiam colecionar e pintar tulipas a quadros.

Rapidamente a popularidade das flores aumentou. Mudas especiais recebiam denominações exóticas ou nomes de almirantes da marinha holandesa. As mais espetaculares e altamente desejadas tinham cores vívidas, linhas e pétalas flamejantes.

A tulipa se tornara um cobiçado artigo de luxo e símbolo de status social e estabelece-se a competição entre membros das altas classes pela posse das variedades mais raras. Os preços disparam.

Em 1623, um simples bulbo de uma variedade famosa de tulipa poderia custar muitos milhares de florins neerlandeses . Tulipas foram trocadas por terras, animais valiosos. Algumas variedades podiam custar mais que uma casa em Amsterdã. Dizia-se que um bom negociador de tulipas conseguia ganhar seis mil florins por mês, quando a renda média anual, à época, era de 150 florins.

Por volta de 1635, a venda de 40 bulbos por 100.000 florins foi um recorde. Para efeito de comparação, uma tonelada de manteiga custava algo em torno de 100 florins e oito porcos graúdos custavam 240 florins. O recorde foi a venda de um dos mais famosos bulbos, o Semper Augustus, por 6.000 florins, em Haarlem.

Em 1636, tulipas eram vendidas nas bolsas de valores de numerosas cidades holandesas. O comércio das flores era encorajado por todos os membros da sociedade; muitas pessoas vendiam ou negociavam suas posses no intuito de especular no mercado de tulipas. Alguns especuladores tiveram muito lucro, enquanto outros perderam tudo ou quase tudo o que tinham.

Negociantes passaram a vender bulbos das tulipas que tinham acabado de plantar ou ainda que intencionavam plantar (os chamados contratos futuros de tulipa) - apesar de um édito de 1610 ter proibido esse tipo de negócio. O fenômeno foi chamado windhandel ("negócio de vento") e ganhou espaço sobretudo em tavernas de cidades pequenas, onde se usava uma espécie de lousa para indicar as ofertas de preço.

Em fevereiro de 1637, os comerciantes de tulipas não conseguiam mais inflacionar os preços de seus bulbos e então começaram a vendê-los. A bolsa de valores estourou. Começou-se a suspeitar que a demanda por tulipas não duraria e isso propagou o pânico no mercado. Alguns deixaram de segurar contratos para compra de tulipas, estabelecidos a preços que agora eram dez vezes maiores que os preços de mercado; outros se acharam na posse de bulbos cujo preço era muito inferior ao que haviam pago.

Conseqüentemente, milhares de holandeses, incluindo executivos e membros da alta sociedade, ruíram financeiramente.

Tentativas de resolver a situação fracassaram. Os juízes consideraram os débitos como contratados através de especulação e, portanto, sem corroboração legal. Assim, as pessoas permaneceram abarrotadas de bulbos comprados antes da quebra, já que nenhuma Corte determinaria a execução do pagamento desses contratos.

Seja a bolha eletrônica da NASDAQ em 99, a bolha das telecomunicações no começo dos anos 2000, a crise imobiliária de 2008 ou no caso das tulipas, ao menos no que diz respeito à economia capitalista, não há nada de novo quando as multidões vão à loucura.

Fonte: Wikipedia

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Em Poa - clique para ampliar

Obama e o Prêmio Nobel ( NY Times )



Surpreendentemente, o Comitê Nobel anunciou nesta Sexta Feira que o seu anual prêmio da paz seria dado ao presidente Obama “por seus esforços extraordinários em fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos”.

Menos de nove meses depois de tomar posse, o comitê declarou que Obama “criou um novo clima internacional”.

Com forças Americanas no Iraque e no Afeganistão, o nome de Obama não era sequer cogitado para ser ganhador até minutos antes de o prêmio ser anunciado.

Até então o presidente do Zimbábue, Morgan Tsvangirai era o favorito, e surpresos, os correspondentes presentes durante o anúncio pressionaram o diretor do comitê, Thorbjorn Jagland, a explicar as razões pelas quais Obama prevaleceu sobre outros candidatos, que incluíam ativistas pelos direitos humanos na China e no Afeganistão.

Especificamente, um repórter sugeriu que Obama possa vir ficar atolado numa guerra no Afeganistão, como Johnson no Vietnã.

Mas o Sr. Jagland disse que o comitê queria destacar os esforços diplomáticos até agora e não antecipando eventos futuros.

Se o prêmio foi dado cedo demais na presidência Obama, o Sr. Jagland, ex primeiro ministro da Noruega respondeu: “Nós não estamos dando o prêmio pelo que pode acontecer no futuro, mas pelo foi feito no ano anterior. E nós esperamos com isso destacar o que ele vem tentando fazer.”

Entrevistado mais tarde na sala de conferência do Comitê Nobel, cercado por fotografias de laureados em anos anteriores, o Sr. Jagland disse não ser relevante a noção de que Obama ainda não foi testado.

“A questão que devemos nos perguntar é quem fez mais no ano anterior para acentuar a paz no mundo,” disse o Sr. Jagland. “E quem fez mais do que Barack Obama?”

Ele comparou a seleção de Obama com o prêmio em 1971 ao então chanceler da Alemanha Ocidental Willy Brandt por sua “Ostpolitik”, a política de reconciliação com a então Europa comunista.

“Brandt não tinha alcançado muito quando recebeu o prêmio, mas um processo começou com ele que culminou com a queda do Muro de Berlim,” disse o Sr, Jargland. “O mesmo caso foi o prêmio dado a Mikhail Gorbachev em 1990, por lançar a Perestroika.”

“Pode-se dizer que Barack Obama está tentando mudar o mundo, da mesma forma que essas duas personalidades mudaram a Europa.”

“Temos que colocar o mundo nos trilhos de novo,” ele disse. Sem se referir especificamente à era Bush, ele continuou: ”Veja o nível de confrontamento que tínhamos há apenas alguns anos atrás. Agora temos um homem que não só está disposto, mas provavelmente apto a abrir o diálogo e fortalecer as instituições internacionais.”

Ele destacou o comprometimento de Obama com o desarmamento nuclear como um dos tópicos cruciais para qualificá-lo ao prêmio.

A administração Obama está lidando com crises globais do Oriente Médio ao Irã à Ásia Menor e a Casa Branca está considerando se aumenta ou não o número de tropas no Afeganistão.

Durante a entrevista, o Sr. Jagland se negou a comentar diretamente se os EUA deveriam aumentar seu comprometimento militar no Afeganistão, mas disse que o potencial para uma situação similar ao fracasso no Vietnã é existente. “Deveríamos tentar evitar tudo aquilo,” ele disse. “Este não é somente um conflito para Obama. Diz respeito a todos nós.” Obama pediu por reduções nos arsenais nucleares e vem buscando recomeçar as conversas de paz entre Israel e a Palestina. Mas ele também enfrenta desafios com o Irã temendo que Teerã esteja desenvolvendo uma arma atômica – o que o Irã não assume.

Na conferência hoje cedo, o S. Jagland disse: “Uma das primeiras coisas que ele fez foi ir ao Cairo tentar conversar com o mundo Islâmico, e então recomeçar as negociações para depois dirigir-se ao resto do mundo através das instituições internacionais.

O presidente Obama foi o terceiro líder democrata a ganhar o prêmio em dez anos, seguindo o vice-presidente Al Gore em 2007 e o ex-presidente Carter em 2002.

O último presidente no cargo a receber o prêmio foi Woodrow Wilson em 1919. Roosevelt foi selecionado em 1906 enquanto na Casa Branca e Carter mais de 20 anos depois de deixar o cargo.

O prêmio no ano passado foi dado ao presidente da Finlândia, Martii Ahtissari, por seus esforços de paz na África e nos Bálcãs.

O prêmio vale o equivalente a US$1.4 milhão e será entregue em Oslo no dia 10 de Dezembro.

A declaração oficial diz que: “O Comitê Norueguês Nobel decidiu que o prêmio Nobel da Paz em 2009 será dado ao Presidente Barack Obama por seus esforços extraordinários em fortalecer a diplomacia e cooperação entre os povos. O Comitê deu especial importância a visão e ao trabalho de Obama por um mundo sem armas nucleares.”

“Obama tem, enquanto Presidente criado um novo clima na política internacional. A diplomacia multilateral recuperou uma posição central, com ênfase no papel que as Nações Unidas e outras instituições internacionais podem desempenhar mesmo durante os mais difíceis conflitos internacionais. A visão de um mundo livre de armas nucleares vem poderosamente estimulando o desarmamento as negociações de controle nuclear. Graças à iniciativa de Obama, os Estados Unidos estão agora desempenhando um papel mais construtivo no que diz respeito aos desafios climáticos que o mundo vem enfrentando. A democracia e os direitos humanos estão sendo fortalecidos.”

Por 108 anos, o Comitê Nobel Norueguês tem buscado estimular precisamente que a política internacional e as atitudes das quais Obama é hoje o maior porta-voz. O Comitê endossa o apelo de Obama quando diz que “agora é o momento para que assumamos nossa parte de responsabilidade ao responder os desafios globais.”

Não houve reação imediata da Casa Branca sobre o anúncio, que gerou uma recepção confusa em algumas partes do mundo.

O negociador chefe Palestino, Saeb Erekat, elogiou a premiação.

Em Gaza, contudo, um líder militar extremista do Jihad Islâmico, Khaled Al-Btash, condenou o prêmio dado a Obama, dizendo que o prêmio “mostra que essas premiações são políticas, e não são governadas por princípios de credibilidade, valores e moral.”

“Por que dar a Obama um prêmio pela paz enquanto seu país possui o maior arsenal nuclear no planeta e seus soldados continuam a derramar sangue inocente no Iraque e no Afeganistão?

É o primeiro ano do Sr. Jagland como chefe do Comitê Nobel, e ele disse que quer trazer um caráter prático à premiação.

“É certamente importante reconhecer pessoas que estejam batalhando ou que sejam idealistas, mas não podemos fazê-lo todos os anos,” ele disse. “Devemos de tempos em tempos destacar a realpolitk. É sempre uma mistura de realismo e idealismo que muda o mundo.” “O potencial é grande,” ele disse, referindo a Obama. “Mas vai depender muito em como os outros líderes irão responder. Se eles responderem negativamente, poderão dizer que ele fracassou. Mas ao menos queremos destacar a mensagem que ele tenta conduzir.”

Fonte: NY Times - Edição de 9/Outubro 2009.

Tradução: Rodrigo Barata


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

xx


The xx são do Sul de Londres e fazem um pop lento, quase furtivo. Suas músicas falam predominantemente sobre sexo. Com classe. E com estilo. Os quatro integrantes estudaram no mesmo colégio que o pessoal do Hot Chip. Para saber mais sobre eles vale checar o que o pessoal do Pitchfork.com escreveu. Por sinal, vale muito checar o Pitchfork.com.


Admito: É mais fácil ser budista com o dos outros.


As manchetes dos jornais ao redor do mundo estampavam essa semana que Obama não recepcionaria o Dalai Lama, que está nos EUA em uma jornada que inclui palestras, cerimoniais e encontros com figuras como o senador John McCain e a porta voz da presidência Nancy Pelosi. Obama quer primeiro se encontrar com o presidente Chinês no próximo mês, e teme que um encontro com o líder tibetano nesse momento possa minar esse encontro, embora não tenha havido nenhum pronunciamento a respeito partindo do governo Chinês.

Minha primeira reação, como a de grande parte do mundo civilizado foi de indignação.

Não tem sido fácil para americanos manter a fé em Obama, um tanto porque é difícil evitar expectativas quando se está no fundo do poço, e um tanto muito maior porque as questões com que Obama tem se deparado superaram o esperado em tamanho e grau de dificuldade, desde que foi eleito.

Tive plano de saúde durante a maior parte do tempo em que vivi nos EUA. Planos que cobriram um braço quebrado, antidepressivos e inclusive tratamento dentário. Não moro mais nos EUA e honestamente o que me interessa agora é a sua política internacional e quais os rumos de sua economia, embora eu saiba que a política de previdência está diretamente relacionada à ultima questão.

Talvez por isso a minha desilusão com o Obama não se compare a de quem vive nos EUA. Talvez minha desilusão com Obama não exista. Um tanto porque minhas expectativas eram tão somente de que ele fosse um presidente melhor do que Bush. O que não foi esperar muito. Outro tanto porque a vida tem me ensinado a ser paciente, principalmente no que diz respeito a grandes mudanças. E mais do que isso, a vida tem me ensinado a não ser impulsivo em minhas conclusões. Por isso hoje eu pesquiso um pouco mais, e reflito um pouco mais.

Obama sempre defendeu o Tibete e foi além do que qualquer outro presidente americano foi ao demonstrar seu apoio ao Dalai Lama. Num recente encontro na Índia, Obama expressou esse apoio em frente ao presidente Hu Jintao.

Eu sou convicto que a Economia ou qualquer outra área jamais deva sobrepor os Direitos Humanos. Não creio que FHC tenha defendido isso numa recente palestra, quando, ao responder a uma pergunta da platéia disse que, de fato, um país pode crescer economicamente num ambiente pouco democrático. FHC simplesmente disse que isso pode acontecer, e isso não é novidade para ninguém que acompanhe um pouco de história e economia. FHC não disse, contudo que isso era uma opção por ele avalizada.

Como concordo com FHC, discordaria se a decisão estratégica da Casa Branca em relação ao líder espiritual fosse por razões tão somente econômicas. Contudo é difícil avaliar uma estratégia quando não a conhecemos. Principalmente no que diz respeito à diplomacia internacional, tão cheia de segredos e nuances.

“ Queremos ter um bom relacionamento com a China, não somente para o nosso bem” – disse Obama – “ Mas porque só assim poderemos ajudar o Tibete.”

Se para nós, a quem a política impetuosa das administrações anteriores causava indignação, o zelo diplomático da administração atual causa certa impaciência, imagino que o grau impaciência seja potencializado dentro dos EUA. Um EUA que está no centro de tantas crises e onde se é bombardeado por uma oposição irracional de uma extrema direita reacionária.

Eu não defendo Obama cegamente, embora continue acreditar no seu bom caráter. E é um tanto por isso que tenho mais paciência com ele do que tenho com o Lula. Outro tanto é porque eu hoje vivo no Brasil, e ser budista com o dos outros é realmente um pouco mais fácil.

Em tempo: O Dalai Lama obviamente aceitou a explicação de Obama e disse que espera ansiosamente por uma recepção no ano que vem.

Rodrigo Barata
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São Paulo Good



Numa atitude sem precedentes na guerra contra a poluição visual, São Paulo baniu toda a publicidade externa em 2007. São Paulo fez a aposta revolucionária ao reclamar seu ambiente visual e mental negando às corporações o direito de disseminar suas mensagens ao longo da paisagem urbana.

A medida que a publicidade desaparecia, algumas pessoas começaram a reclamar que a cidade estava ficando ainda pior. Elas diziam que se tornara uma mistura insossa de selva de concreto arruinada pelas lacunas deixadas pelos outdoors vazios. Mas São Paulo na verdade se tornou uma tela branca e, no vácuo deixado pelo capitalismo, a criatividade está agora florescendo.

A cidade começou legalizar o trabalho de alguns de seus famosos artistas urbanos. E agora, pela primeira vez, São Paulo aprovou uma exposição permanente ao ar livre. O projeto, chamado Rojo Out está trazendo vida à cidade através de instalações coloridas em 11 locais.

Celebrando criatividade e arte em espaços públicos, Rojo Out é um exemplo inspirador do que podemos alcançar numa ambiente urbano pós- publicitário, um protótipo que se espera, seja propagado ao redor do mundo. É prova que mudanças monumentais vêm acontecendo, e isso é muito bom.

Fonte: Adbusters

Tradução: Rodrigo Barata

São Paulo Bad





O cantor e vereador de São Paulo Agnaldo Timóteo (PR) vem recebendo centenas de e-mails enfurecidos, muitos deles com xingamentos. O motivo: ele quer anexar ao nome de um tradicional parque paulistano a marca do rei do pop, criando assim o parque Ibirapuera Michael Jackson.

Tudo começou quando o vereador enviou uma carta ao prefeito Gilberto Kassab, em 1º de julho, sugerindo a homenagem ao artista morto em 25 de junho. Até agora, Timóteo diz não ter recebido resposta, o que o deixou chateado com Kassab --que, procurado por meio de sua assessoria de imprensa, não comentou até o fechamento deste vídeo.

Além de colocar o nome do cantor norte-americano no parque, Timóteo também sugere a existência da Sala São Paulo Michael Jackson e da praça Michael Jackson, que ficaria em frente à praça Clodovil Hernandez.

Fonte: UOL