quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cafeinado



Eu bebo copos e copos de café em salas ar condicionadas
Em tardes estúpidas e ensolaradas aguardando ansiosamente por
Temporais anunciados no céu

E então devidamente cafeinado eu me proponho a escrever
Escrever para poder respirar
Por não saber chorar

E assim passam-se os dias e a cada dia um pouco melhor
Talvez
Eu sofra calado, um pouco morto um pouco derrotado,
Mas assumir jamais

Bandeira branca eu quero paz! – quanta balela
A paz não existe enquanto existe dentro tanta guerra
E quem sou senão um corpo que resiste
Como limite ao turbilhão interior

Hormônios? Seqüelas? Ardor?
O que é o amor?
Existe o amor?

E os planos
Ah meus planos
Pais de meus desenganos
Malditos planos
Que me deixam perdido
Nessa suposição de que existe o futuro e o pior que o futuro

Só o futuro do pretérito

Seria, Teria, Foderia, Iria, Gozaria.
E eu que não agüento o momento
Acabo não sendo
Não tendo
Não fodendo
Não indo e não gozando a não ser sobre gente que não vale a pena

Tamanha frustração que me coloca a nocaute
Rouba-me a capacidade criativa
Pondo-me inútil, impotente e carente ante a vida
Em tanta conjugação sofrida

Eu quase me submeto ou quase não
E se sim, não por muito tempo
Pois para reinar sobre o tempo
Basta saber-se atemporal

E então mesmo estando assim tão mal
Eu acho uma saída
No sitio do pica-pau de minha vida
Pirlimpimpim e eis aqui
A minha ressurreição

Como um fênix ponho-me novo
Um pouco ainda mais abstrato
Mas não serei eu assim
Mais apto...

Pela lei da sobrevivência
Neste mundo cada vez mais sem sentido
A manter-me são?

Drigo

Um comentário:

bel nejur disse...

olha, vc escreveu pra mim isso. Sei que não, mas foi, pra mim foi. Tantos coisas escrevi, tanto falei, gritei e não consegui dizer o que acabei de ler. Mes sinto e vejo assim. Foi uma delícia ler sua palavras. abraço. beL