O vôo 103 da Pan Am era o terceiro vôo transatlântico entre o aeroporto de Heathrow em Londres e o JFK em Nova Iorque. No dia 21 de dezembro de 1988, a aeronave voando essa rota, um Boeing 747-121 foi destruído por uma bomba, matando todos os 243 passageiros e 16 membros da tripulação. Onze pessoas em Lockerbie, no sul da Escócia, foram mortas quando grande parte da aeronave se destroçou sobre a cidade, elevando o total de casualidades para 270.
No momento da explosão, a força de um tornado destroçou a fuselagem rasgando as roupas dos passageiros e transformando objetos comuns e os carrinhos de refeição em objetos letais. Por causa da diferença de pressão os gases dentro dos corpos dos passageiros expandiram quatro vezes o seu volume total fazendo seus pulmões explodirem. As pessoas e os objetos que não estavam fixos foram arremessados para fora da aeronave num ambiente de 46C negativos numa queda de 9400 m que durou cerca de dois minutos. Alguns passageiros permaneceram presos a fuselagem por seus cintos de segurança, atingindo casas em Lockerbie presos em seus assentos.
Apesar de os passageiros terem perdido a consciência pela falta de oxigênio, especialistas disseram que alguns recuperaram a consciência ao atingir as altitudes mais ricas em oxigênio. O patologista William Eckert, responsável pelo caso, acredita que cerca de 150 passageiros sobreviveram à explosão da bomba e a despressurização da aeronave, e estavam vivos na hora do impacto no chão. Nenhum dos passageiros mostrou sinais da explosão em si. Testes em alguns dos corpos demonstraram que o coração de muitos passageiros continuou a bater depois da explosão, e um dos passageiros no chão foi encontrado apertando um punhado de grama na mão.
Entre as vítimas estavam Joana Walton, poeta, Paul Jefreys baixista da banda Cockney Rebel, voltando da lua de mel com sua esposa. Jonathan White estava voltando de suas férias após de formar pela UCLA.
Trinta e cinco estudantes da Universidade de Siracusa, quatro da Colgate University, quatro da Brown University, e dois da State University of New York estavam a bordo. Havia ainda um estudante do colégio Hampshire voltando de uma viagem de estudos à Nigéria. Dez vítimas eram de Long Island, incluindo John e Sean Mulroy , pai e filho – que estavam voltando de um encontro anual de sua família. Cinco membros de outra família perderam o vôo anterior por que sua filha de três anos teve uma crise de asma, e acabaram embarcando no vôo fatal. A menina foi encontrada intacta, com um vestido vermelho e no bolso uma nota dizia: “Obrigado por fazer nosso vôo tão divertido.”
Depois de três anos de investigação e 15 mil depoimentos, Abdelbaset Ali AL-Megrahi, um funcionário do alto escalão da inteligência Líbia foi o considerado o único culpado, apesar de provas existentes que ele respondia diretamente ao chefe de estado Muammar Al-Gaddafi; e sentenciado a meros 27 anos de prisão, da qual apelou até finalmente ser finalmente preso de fato em 2001. Após servir 8 ½ de prisão, foi solto no mês passado, em 20 de Agosto de 2009 e recebido festivamente com honras de estado pelo ditador Líbio Al-Gaddafi.
Al-Gaddafi é um terrorista confesso. Antes mesmo do atentando ao vôo da Pan Am, ele havia explodido discotecas e embaixadas. Por conta de tratados comerciais envolvendo petróleo, sob o pretexto de se tratar de uma estratégia para desarmar e trazer a Líbia para a comunidade internacional, os governos dos EUA e da Europa perdoaram e se reaproximaram de Al-Gaddafi, a ponto de ele ter participado, na última semana, da reunião do conselho de segurança da ONU. Falou por quase duas horas, de forma inteligível fazendo seu tradutor pedir para ser substituído. Falou sobre a ordem mundial, num discurso entediante e retórico. Grande parte da audiência se retirou antes de seu discurso e à metade dele menos de um terço ainda se encontrava presente. Lula o aplaudiu.
Nos últimos anos assistimos chocados Al-Gaddafi apertar as mãos com presidentes americanos, ingleses e franceses. Em simpatia à dor daqueles que perderam pais, filhos e irmãos no vôo 103, rechaçamos tal atitude dos líderes desses países. Embora houvesse passageiros de 21 países no vôo, nenhum era do Brasil.
Al-Gaddafi então foi para Venezuela, e lá foi mais aplaudido por Cháves, Morales e por Lula.
Lula vem se superando na Venezuela. Com a popularidade recorde dentro e fora do Brasil, Lula está fora de controle e cada vez que abre a boca compromete mais o nosso país ao nos aproximar de demagogos populistas, criminosos e mesmo terroristas.
Minha posição não é ingênua, mas estou farto da retórica quanto aos males que o mundo ocidental civilizado fez ao terceiro mundo. Promover uma nova ordem mundial, e não se aliar com marginais despidos de democratas e ditadores assumidos é o destino de nosso país.
Me parece claro que o plano de Lula a longo prazo é se alinhar aos bolivarianos. Lula tem direito a almejar o que quiser e tem méritos para tanto, desde que respeite a consitituição. O que é preocupante é quando vemos o grupo liderado por Cháves se alinhar com a escória que representam figuras como Al-Gaddafi e Mugabe.
Sem um congresso e um senado digno, nos vemos a mercê de Lula. Seu último ano pode ser trágico para o Brasil como foi a administração Bush para os Estados unidos. Os crescentes gastos públicos são um legado que só em alguns anos nos daremos conta, mas não vou entrar no âmbito econômico agora. Vale dizer que cabe a nós abrirmos os olhos e escutarmos direito nesse último ano de Lula, para que essa tragédia política não tenha continuidade. Para tanto só podemos contar com o poder do voto, afinal, se é imperfeita, ao menos a democracia nos garante essa opção. Reconheço o quão ácido o que eu vou ser agora mas, ou votamos direito ou teremos que contar com o câncer da Dilma.
Como costumam dizer os terroristas de um lado e os militares de outro – seria dano colateral.
Rodrigo Barata
Dados sobre o atentado em Lockerbie: Wikipedia