quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Growing Pains ( Not Holden Cauldield's)



Numa época em que a retórica sobre a importância da família nuclear e a proteção da infância são tópicos quentes, esse memoir vem como uma lembrança gélida de quão complexas e surpreendentes são as relações familiares. Escrevendo em estilo honesto e claro, Fleming detalha os severos traumas de sua adolescência relacionados ao divórcio de seus pais no subúrbio de Chicago em 1971. Depois de sua mãe ser recorrentemente internada por depressão para depois se assumir lésbica, o pai de Fleming exigiu legalmente sua custódia. Dilacerado pelas brigas de seus pais, alegadamente abusado por seu pai e sua madrasta e sofrendo de acne aguda, Fleming foge de casa. Depois de ser encontrado, seu pai lhe interna numa instituição mental e dá procuração legal sob o garoto para o diretor do “hospital”. Lá, Fleming conhece e se apaixona por Laura, uma outra paciente. Depois de um ano e meio, sua mãe finalmente lhe ajuda a escapar e o manda para viver com seu tio, o escritor gay Edmund White, em Nova Iorque. Sob o amor e a atenção incondicional de White, Fleming pôde se construir e florescer artisticamente, e neste ponto o livro se torna profundamente absorvente. Além de assumir um emprego extra para pagar o colégio e dermatologista de primeira classe para seu sobrinho, White chega a pagar o aluguel de um apartamento para Fleming quando Laura, ao escapar de um segundo internamento “de caráter corretivo”, se muda para Nova Iorque. White contou a sua versão desta estória no romance The Farewell Symponhy, mas o memoir de Fleming sobre o histórico de horror e salvação de sua família faz jus à beleza do nome que lhe dá título.

Por Charlotte Sheedy ( tradução adaptada Drigo )

Para escutar Fleming lendo trechos do livro: http://www.salon.com/audio/2000/10/05/fleming/

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